quarta-feira, 17 de junho de 2009

Prensas Mecânicas de Fricção com acionamento por fuso – PMFAF

Neste tipo de prensa, conhecida também por prensa tipo parafuso ou prensa por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversível, sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto superior do fuso, permitindo deste modo a realização do movimento de descida e subida do martelo por meio do atrito dos volantes laterais com o volante horizontal.
Esta máquina não é de ciclo completo, permitindo a parada do martelo durante seu movimento de descida; todavia, a grande inércia existente no sistema não permite a precisão na parada do martelo.
Nesta máquina não é possível a adoção de dispositivos de detecção através da aproximação, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo.
PMFAF totalmente desprotegida
3.1. Estrutura
Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de ao soldada.
3.2. Cadeia cinemática
São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc.
Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMFAF

Fuso Volante

3.3. Zona de Prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é chamado de zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Neste espaço encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Nesta máquina não é possível a incorporação de dispositivos de segurança como cortina de luz e comando bi-manual para prover proteção na zona de prensagem.

PMFAF com zona de prensagem desprotegida

3.4. Proteção em prensas com acionamento por fuso
Do mesmo modo que as prensas mecânicas excêntricas de engate de chaveta, deverá ser impedido o acesso à zona de prensagem por todos os lados, através de proteção física durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda operar com ferramentas fechadas, conforme NBRNM 272:2002.
Em situações de trabalho a morno e a quente admite-se a utilização de pedais de acionamento com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteção parcial na zona de alimentação e descarga com uso de tenazes ou pinças, desde que sejam adotadas medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador.
As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem ter proteções fixas, integrais e resistentes, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dos dedos nas áreas de risco, conforme NBRNM-ISSO 13852:2003.
A proteção dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para impedir a projeção dos mesmos. No caso de utilização de cinta de atrito no volante horizontal, esta deverá receber proteção para evitar que partes sejam lançadas no caso de seu rompimento.
Para manutenção ou troca de ferramental, é necessária a utilização de proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de movimento), devendo ainda utilizar-se dispositivo de retenção mecânica (por exemplo: calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça a partida da mesma.
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores, a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção. Poderá ser admitida para trabalhos a a frio, a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção respeitando as dimensões previstas na NBRNM-ISSO 13853:2003, desde que não haja acesso à zona de prensagem através de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada

PMFAF com proteção nos volantes.
IMPORTANTE
Braço de alavanca de acionamento
Para evitar acidentes com o braço de alavanca de acionamento, basta fixar um cabo de aço ao braço e parafusar no corpo da máquina. Mesmo que o braço venha a se romper, ficará preso no cabo de aço.

PMFAF: Detalhe da alavanca desprotegida



segunda-feira, 15 de junho de 2009

Prensas Mecânicas excêntricas com freio/embreagem –PMEFE

As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também têm como característica o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada.
O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em movimento linear.
Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual, uma ou mais válvulas pneumáticas ou hidráulicas recebem o sinal, permitindo a entrada do fluído, liberando o freio e, simultaneamente acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica, transformando o movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fluído é liberado e o martelo para, através do freio que é acionado por molas, pois estas unidades estão normalmente freadas.
Diferentemente das Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do martelo interrompido durante o ciclo de trabalho.
As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também podem apresentar “repique” (repetição de golpe), devido a falhas na válvula ou no sistema de acoplamento como desgaste do freio, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.
Os pedais de acionamento estão historicamente ligados a acidentes e devem ser evitados, porém em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi-manual, poderá ser admitido o uso de pedais como atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.
Este tipo de prensa, por ser mais confiável e ter as mesmas características de produção, tende a substituir as Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) nas indústrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.

1 Estrutura:
Pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada.

2 Cadeia Cinemática
São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE.

Eixo excêntrico

Biela com martelo acoplado e martelo biela simples.
Por se tratar de prensa excêntrica mecânica, deverá receber proteção fixa, integral e resistente contra quedas da biela e nas transmissões de força, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens.


PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.



PMEFE protegida.

3 – Sistema Freio/Embreagem
Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotação ao mecanismo biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posição do curso de deslocamento do martelo.


Conjunto freio embreagem instalado Conjunto freio embreagem detalhe

3.1 Sistema Conjugado

Seu acionamento pode ser pneumático ou hidráulico; uma vez acionada a válvula de segurança o fluido é introduzido na câmara, que libera o freio e aciona a embreagem. Executando o ciclo, este fluído é liberado e a prensa pára através do freio acionado por molas.

3.2 Sistema Separado
Para prensa de grande porte, a embreagem é montada de um lado da máquina e o freio do outro. A embreagem é ancorada ao volante sendo necessárias duas válvulas de segurança; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o freio antes da embreagem e atuando o freio após a liberação da embreagem.

Sistema de freio/embreagem posição de repouso – máquina parada


Sistema de freio/embreagem posição de funcionamento – máquina em movimento


2.4 Válvula de Segurança
As prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem e seus respectivos similares devem ser comandados por válvula de segurança específica, de fluxo cruzado, conforme item 4.7 da NBR 13930:2001 e a EM 692:1996, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme NBR 14009:1997.
A confiabilidade da precisão de parada de movimento do martelo depende da válvula de segurança ser livre de pressão residual, evitando uma nova descida involuntária do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da descida do martelo através de uma rápida liberação do ar e o acoplamento do freio.
A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado à válvula de segurança ou em qualquer outro componente do sistema, de movo a impedir qualquer acionamento acidental em caso de falha.
Nos modelos de válvulas com monitoração dinâmica externa por pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por Controlador Lógico Programável (CLP) de segurança ou lógica equivalente, com redundância e auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009:1997.
Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que não apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao diâmetro nominal, de maneira que não interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas válvulas de segurança independentes para o comando de prensas e similares com freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer uma monitoração dinâmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e também impedir que a alimentação de ar comprimido para circuitos pneumáticos de prensas e similares devem garantir a eficácia das válvulas de segurança, possuindo purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de lubrificação automática com óleo específico para este fim.




Válvula pneumática de segurança de fluxo cruzado com silenciador incorporado para PMEFE.
2.5 Zona de Prensagem
O espaço entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental é chamado zona de prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nesta encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das prensas mecânicas excêntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem poderá dispor de variados recursos para proteção.

2.6 Proteção em prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem

Para as prensas mecânicas excêntricas freio/embreagem, além das proteções físicas é possível dispor de proteções com detecção através da aproximação, tais como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR – 14152:1998 tipo IIIC. O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número de operadores da máquina.
As cortinas de luz deverão ser adequadamente selecionadas e instalada com redundância e autotestes, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a NBRNM 14153:1998. Havendo a possibilidade de acesso a áreas de risco não-monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, garantindo a pronta paralização da máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme NBR NM 272:2002 e NBR NM 273:2002.
Para manutenção e troca de ferramenta, a máquina deverá ter suas energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, além do uso de dispositivo de retenção mecânica.

PMEFE: zona de prensagem desprotegida PMEFE: zona de prensagem protegida.
IMPORTANTE
Para garantir a parada da máquina, deverão estar adequadamente dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a válvula de segurança e a cortina de luz monitorada por relé ou CLP de segurança. É fundamental o monitoramento do freio.

Exemplo de fluxo seqüencial dos dispositivos de segurança de parada da PMEFE

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Prensa Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta ou Acoplamento Equivalente - PMEEC

1 - PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC

As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) têm como característica o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de "C" (com um montante) ou em forma de "H" (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução de engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, através de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa (Meia Cana). Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em linear. Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), um dispositivo mecânico ou pistão hidráulico movimenta um pino em forma de "L" puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada a bucha de engate transmitindo o movimento de rotaçã ao conjunto eixo/bucha excêntrica, transformando o movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. As prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do martelo a partir de sua posição inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), até o Ponto Morto Inferior (PMI), e retorno à posição inicial do ciclo, não sendo possível comandar a parada imediata do martelo após iniciado o seu movimento de descida. Este é o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde são requeridos maior precisão e repuxos pouco profundos.









1.1 - Estrutura: A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada.
1.2 Cadeia Cinemática: São toda as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. Sâo exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as correias, etc.




















Importante:
O conjunto ponta do eixo biela deverá ter proteção fixa, integral e resistente, pois em caso de ruptura do eixo por sobrecarga ou fadiga, evitará que a biela se projete sobre o operador.


































Importante:
Devido às suas características construtivas, é freqüente nessas prensas a ocorrência de um fenômeno denominado “REPIQUE” (repetição de golpe), devido a falhas mecânicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou desgaste da chaveta ou do pino “L”, relaxamento das molas, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.

Principais causas do REPIQUE:

Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra lingüeta partindo então para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato.

O outro tipo se refere à escora, ou lingüeta, que retorna para sua posição desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta para, mas em posição precária ou instável e, desse modo, ela pode não retomar novo ciclo, sem ter havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa o mais inesperado, portanto é o que oferece o maior risco de acidentes.

Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe redobrado ou repique é a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da máquina está normalmente submetido a diversos e repetidos esforços, que podem alcançar 8000 ciclos/dia.


Merece especial atenção:

Prensas que utilizam bolsas de ar (almofada), pois sofrem contra-golpe após a batida, desincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique.
Quando a máquina possui elementos acumuladores de fluídos incorporados ao seu sistema de comando, deverá ser analisada a necessidade de inspeção dos reservatórios, conforme estabelecidos na NR13.




Figura 1 -Reservatório de fluido instalado em prensa desprotegida

Figura 2 - Reservatório de Fluido

1.3 Zona de prensagem:

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, é chamado Zona de Prensagem, sendo a área onde o martelo implica a força. Nela encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada.
Por este motivo deverá ser impedido o acesso por todos os lados, através de proteção física durante o ciclo normal de trabalho.
Para manutenção ou troca de ferramental, poderá se dispor de proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de movimento); deverá ainda se utilizar dispositivo de retenção mecânica (calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça qualquer partida inesperada.

Importante:
É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção.




PMEEC totalmente desprotegida (Figura 1 com pedal, Figura 2 com alavanca)

Poderá ser admitida a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção, respeitando as dimensões previstas na NBRNM-ISSO 13853:2003, desde que não haja acesso a Zona de Prensagem através de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.



Pedal elétrico protegido contra acionamento acidental (caixa de proteção)

1.4 – Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta

Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser garantido o impedimento físico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta, e especialmente as mãos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnológicos:
a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de troca freqüente de ferramentas com proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, de modo a permitir a abertura somente após a parada total dos movimentos de risco ou,
b) operar somente com ferramentas fechadas.

Importante:

Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser adotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerado situação grave e iminente de risco a falta de proteção que impeça o acesso das mãos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata interdição do equipamento pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Dispositivos como pinças magnéticas ou mecânicas e tenazes podem ser utilizados apenas para atividades de forjamento a quente ou a morno, com medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador à área de risco, ficando vedado o uso de afasta-mão ou similar para operações de qualquer espécie.









PMEEC dotada de proteção móvel intertravada na zona de prensagem (própria para troca freqüente de ferramentas)

Deverão ainda, ser providas de proteção fixa integral e resistente, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas proteções deverão prever a retenção mecânica dos componentes quanto à queda por ruptura dos mesmos.

Prensas

Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas, manivelas ou fusos).
As prensas, quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo, apresentam diversas modalidades. Abordaremos as mais utilizada no parque industrial brasileiro.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Apresentação


No inicio da década de 1980, entidades representativas de trabalhadores, começaram a externalizar para a sociedade o sofrimento das vítimas de acidenes de trabalho. Significativa parcela das lesões dos membros superiores se originava de trabalho com prensas e similares.

Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores pesquisaram condições de trabalho com prensas mecânicas nas industrias da zona norte da cidade de São Paulo, revelando que 91% destas máquinas eram do tipo "engate de chaveta"; 38% exigiam o ingresso das mãos dos operadores nas zonas de prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situações corroboravam o elevado número de acidentes graves apresentados nas estatísticas da Previdência Social.

A grande quantidade destas máquinas instaladas no parque fabril nacional levou à necessidade de ações coletivas.

Num esforço para reversão desta situação, de 1993 a 1995, a Convenção coletiva geral dos Metalúrgicos de São Paulo promoveu a criação de uma subcomissão bipartite de caráter permanente, específica para estudar o assunto.

Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnóstico aperfeiçoado, abriu a discução com órgãos públicos, técnicos e acadêmicos, além das representações sindicais, visando o estabelecimento fr proteções e procedimenos para trabalho seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS - Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares.

Na continuidade; a Portaria DRT/SP nº 50 de 11/9/1997 criou a Comissão de Negociação Tripartite sobre proteção em Prensas Mecânicas, onde evoluiu o entendimento entre as partes.
Em Abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, que premiou com o 1º lugar, dentre concorrentes internacionais o vídeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos Metalúrgicos de SP, "Máquina Risco Zero", demonstrando o andamento das negociações e meios de prevenção de acidentes com prensas e similares.

Embalados pelo clima festivo da premiação e pelo estabelecimento, desde o final de 1997, da proibição de construção de prensas com engate de chaveta, através da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecânica - Requisitos de Segurança, foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Convenção Coletiva adotando a obrigatoriedade de Implantação do PPRPS pelos signatários, com alcance aos municípios de São Paulo, Mogi da Cruzes e região.

Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidenes de trabalho demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por soluções coletivas.
Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. João Fernando dos Santos Mello e colaboradores, analisaram extensa casuística de traumatismo de mão, causados por acidentes de trabalho.

Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes: 500 (30%) atingiram a mão do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputação de dedos. O mesmo estudo apontou que a indústria metalúrgica foi responsável por 50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as máquinas que mais vitimaram trabalhadores.

A DRT/RS procurou estabelecer instâncias de negociaçõa tripartite, a exemplo do que já vinha acontecendo no centro do país, buscando a sinergia das ações desenvolvidas em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego e representações de trabalhadores e empregadores.

Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos do trabalho no país, em 2000, foi elaborado um diagnóstico para priorização de estratégias de redução de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo representado pelo Ministério da Previdência Social - Máquinas e Acidentes de Trabalho, que identificou, dentre as máquinas que mais causam acidentes, as prensas para metaugria, responsáveis por 42% dos casos de esmagamento de dedos ou mãos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves causados por máquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorreu em razão da utilização de máquinas obsoletas e inseguras.

Em 2001, dentre as ações para enfrentamento do problema, surgiu a necessidade da criação do Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares, instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificação e formas de erradicação dos riscos mais comuns presentes nas operações com prensas e similares, incluindo a divulgação da NBR 13536 - Máquinas injetoras para plásticos e elastômeros - requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção e utilização.

Mais recentemente, a Convenção Coletiva que estabelecia o PPRPS foi apliada para outras convenções já existentes, como de injetora e galvânica, e estendida para todo o estado de São Paulo.

Em 2004, o Ministério do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas práticas em nível nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores, fabricantes, publiocou a Nota Técnica, que levou o número NT 37/2004, a qual estabeleceu princípios para proteção de prensas e similares, Nota esta que foi substituida pela Nota Técnica de número NT 16/2005, com pequenas adequações.
O presente blog, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo digulgar boas práticas a serem adotadas por todos aqueles que utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de trabalho e bem orientar sobre as regra básicas de segurança que devem ser atendidas no dia-a-dia, no intuito de preservar a integridade física do trabalhador.

Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança, conforme disposto na NR - 12 - Máquinas e Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como objetivo desde blog é trazer condições mínimas de proteção a um grupo específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar-se-á a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento.

Este blog classifica as prensas mais encontradas na indústria, e que deverão ser equipadas com dispositivos de segurança citados na NT 16/2005, conforme seguirão nas próximas postagens.